O mundo é uma esfera em constante transformação. O ambiente sofre alterações a cada fração de segundo por reflexo de ações humanas. É algo incontrolável. Os seres vivos estão em evolução permanente, embora os humanos não têm dado provas tão evidentes disso. De toda forma, nada é estático quando se trata de Planeta Terra, Sistema Solar e todo o mais que está cima de nossas cabeças.

Partindo dessa aflitiva premissa, o homem tem buscado inovar desde sempre. As armas, a escrita, a linguagem, o fogo, a roda. Pulando alguns séculos, chegamos no veículo autônomo, na inteligência aumentada, na colonização de Marte. Todas essas grandes descobertas, façanhas maravilhosas, decorrem de uma necessidade inerente à essência do homem – criar melhores condições de vida, de bem-estar. O inventor do avião não o fez por tédio, pode ter certeza disso.

Trazendo essa inquietude para o mundo dos negócios, é certo que a mola propulsora do processo de inovação em uma empresa ou organização não é diferente daquela inerente a cada um de nós. Claro! É o homem quem “ainda” cria e procura manter ativas e virtuosas as corporações. Em alguns cantos do mundo, essa atividade empreendedora é mais desafiadora e ingrata do que em outros. Mas uma coisa é fato: o homem empreende, faz nascer negócios, e precisa trazer constante evolução para essa sua criação. E a explicação para essa necessidade irrecorrível de estar sempre em mutação, de inovar está diretamente ligada ao meio e à própria raça humana. Ora, se o mundo onde vivemos se transforma a cada dia, e se o ser humano está em constante evolução, é evidente que qualquer atividade empreendedora ou organização profissional deve acompanhar esse desenfreado estado de “mutação”.

No entanto, diferentemente da transformação do meio e da evolução das espécies, ambas atividades naturais, espontâneas e, em sua maior parte, não decorrente da vontade humana, a inovação no mundo dos negócios somente ocorre mediante a provocação e a ação dos seus gestores. É a inteligência humana que induz as novidades e procura fazê-las de forma sustentável e transformadora. É muito pouco provável (salvo casos raros de serendipity), por exemplo, que uma empresa que produz lâmpadas elétricas passe a fabricar aparelhos de tomografia computadorizada por um mero acidente de percurso, ou porque alguém apertou um botão errado. É necessário planejamento, estratégia e gestão da inovação para que uma ideia aparentemente factível alcance um mercado em crescimento. Não é à toa que o slogan dessa empresa em especial é: “se dá para imaginar, dá para fazer”. Genial!

Recapitulando e concluindo, o mundo das corporações – ao menos as que conhecemos – está inserido em um meio físico chamado Planeta Terra, e é orquestrado por seres inteligentes denominados “homens”, ambos em constante transformação e evolução. Logo, é inexorável que os negócios devam estar em processo incessante de inovação. Sempre foi assim, desde que criamos as primeiras formas de sociedade e de produção de alimentos e manufaturas, e sempre será. A grande lição que deve ser aprendida e relembrada a cada dia é que qualquer processo de inovação deve nascer a partir de uma demanda identificada, ser implementado mediante severo planejamento, gerido com muita inteligência, mas, sobretudo, deve procurar satisfazer um objetivo maior: criar melhores condições de vida e de bem-estar para o homem, ainda que o beneficiário imediato seja o ambiente e outras espécies animais. No fim do dia, só haverá sentido em criar veículos elétricos se o Planeta Terra for um lugar mais limpo e melhor para os seres vivos habitarem. Do contrário, será inovação por mero modismo, e a vida é curta para esse tipo de iniciativa.

 

 

Escrito por: Eduardo Campelo